sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aprendi este ano que:
- é pior morrer por dentro do que por fora
- é mais fácil acusar o outro do que a nós mesmos
- o Ser Humano pode ser muito cruel
- o meu erro foi querer ser feliz com os outros antes de o querer ser comigo
- o caminho é para a Luz
- cada minuto de vida é-nos apenas emprestado e devemos dar-lhe o melhor de nós
- tenho o direito de dançar a vida

E por isso, é melhor começar já a dançar antes que a música se acabe!

Feliz Ano Novo a todos!

(fechada para obras)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O amor não tem tempo. Vive em nós e sem nós. Vive para além de nós, quero dizer.
Como se de uma terceira pessoa se tratasse. Existe e pronto.
E somos estupidamente ignorantes se pensamos que conseguimos poder desrespeitar a sua memória e esquecê-lo. Não existem falsificadores de memória.

O ano vai ser novo, uma nova estação. Fazem-se votos e tomam-se decisões. Alteram-se coisas.
Mas o amor permanece. Sempre. Em forma de oração.






sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal significa nascer. Nascemos todos os dias. Muitas vezes.
E é para isso que cá andamos. Para nos aperfeiçoarmos a cada nascimento.
Feliz Natal para todos!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tenho uma tia algures... às vezes longe, às vezes perto... que faria hoje anos se ainda vestisse esta roupa que é o corpo.
Hoje, sem idade, vive perto de nós afagando-nos a memória.
Era (é) hoje que tudo começava... por causa dela, a família em roda abraçando aquilo que é importante.
Parabéns tia Lídia!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Está frio na rua e nas casas. Está frio onde estás e onde não estás.
Sim, eu amo ainda essa luz molhada feita de orvalho que te traz.
Aqui estão as minhas mãos prolongando a música.
Trazendo os teus cabelos de neve.
Aqui deixo estas palavras que tentam reacender um fogo breve.
Que tragam, ainda que por segundos, a carícia do Verão que nos pertenceu.
Aqui me tens: eu.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Fotografia

Era uma fotografia a preto e branco. Eu estava de preto e tu de branco. Tal como as teclas de um piano, caminhavamos lado a lado, compondo lindas canções.
Agora, um pedaço de lua insiste em nascer no meu coração cada vez que olho a fotografia.
E é por isso que todos os dias é luar no meu peito...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Seja como for ainda ontem te peguei ao colo, há pouco mais...
Ainda ontem te sentia no ventre, aconchegado...
És agora um menino com olhos de coral
e eu, orgulhosa, com o mar nas mãos...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Era uma vez duas almas. Comentava-se no céu à boca fechada serem almas gémeas. Sábias e evoluídas, não precisavam voltar mais à Terra e viviam juntas e felizes no céu.
No entanto, certo dia uma delas dirigiu-se a Deus e pediu-Lhe:
- " Senhor, gostaria de voltar à Terra a fim de aprender algo mais sobre o perdão.".
-" Mas... - retorquiu Deus - para que queres tu sacrificar-te uma vez mais voltando à Terra, se já evoluiste o suficiente? Não vejo necessidade desse enorme sacrifício...".
-" Não creio saber tudo sobre a arte de perdoar, Senhor, deixa-me ir...".
A outra alma, sabendo ser muito forte a vontade da sua amiga e sendo enorme o amor que por ela nutria, disse:
-" Irei com ela, Senhor! E ao longo da Vida que nos atribuires, aprenderemos em conjunto tudo sobre a arte de perdoar." (...)
E é assim que quando alguém me magoa tanto que se torna difícil esquecer ou perdoar, eu penso que, quem sabe, pode ser a minha alma gémea, enviada comigo por Deus, para eu aprender.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

E foi assim que escrevi a primeira linha, com a febre das asas perdidas.
Aconteceu assim... de um dia para o outro...
E a partir desse dia o meu mundo encheu-se de cerejas.
Parecia tão verdade que entreguei meu peito à Primavera...
Agora, a meus pés, apenas a neve espuma do mar.
Mas, se te disserem que te esqueci (ainda que seja eu a dizer-te),
não acredites, amor.
Seguirei contigo dentro a cada passo,
por onde eu caminhe levarei teu olhar
e para onde tu fores levarás minha dor.
Porque ao ser mentira, sagrou-se ferida a Primavera.

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Li há pouco, num livro sobre Reiki, que nem todos os Reikianos sabem ou merecem sê-lo, uma vez que se limitam a subir nos níveis sem porem em prática no seu dia a dia os seus princípios.
Eu tento, ao menos hoje, não me irritar, não me preocupar, trabalhar honestamente, ser gentil para com todos os seres vivos e agradecer cada momento da minha vida.
Redescobri esta veia adormecida que hoje me rege, me motiva e ilumina. E aprendi a abraçá-la como se fosse impossível viver de outra maneira. Como se fossemos um só: eu e esta nova maneira de estar.

domingo, 10 de outubro de 2010

S
Sei de ti...
A tua respiração pousa-me no ombro e não olho,
não preciso...
Sei de ti nas coisas mais simples como o cheiro da terra,
ou dos pinheiros...
Escuto com atenção o silêncio,
e cresço para ti.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Voa, meu pequeno pardal...
Abre as asas ao tempo, insensato e breve, a quem deste a mão...
Voa como se fosse o mar a bater-te no peito, apressado e meigo...
E ri, de corpo nú ainda, cortando a morna brisa que te acaricia...
Como estas festas que te faço ao lamber-te as penas...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Bom é acordar com um sorriso escondido nas asas, prestes a levantar vôo...
Bom é a poesia de Deus feito carne e osso...
Bom é descobrir que o tanto pode ser mais ainda...
Deixar de ver a palidez da morte em vida
e abraçar cá dentro o seu encanto...



Bom é o espanto...
o sol no peito irradiando a rua,
o toque suave da pele nua,
ter na boca o tom pastel
e na varanda a própria lua...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Projecto CASA

(A propósito do post anterior...) : Há quem escolha enganar, ludibriar, manipular, desestabilizar, magoar, ofender, maldizer, prejudicar, blá,blá, blá...
Eu escolho AMAR! Amar, amar perdidamente, este, aquele, o outro e toda a gente!
É disso que trata este Projecto CASA.
Dezenas de famílias procuram diariamente o nosso espaço em busca de uma refeição.
São os novos pobres: famílias onde havia pão e deixou de haver. Famílias inteiras. Onde a casa já não tem luz, nem água, nem gaz, porque se deixou de pagar. Famílias despejadas de casas colocadas em hasta pública pela mesma razão. Nunca foram mendigos. Viveram bem e desafogadamente.
Realidades mesmo na porta ao lado.
É disso que se trata. Ajudar o próximo.
Precisamos mais voluntários. Todos os dias.
Precisam-se voluntários para AMAR.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ando a ler um livro fabuloso. Numa das muitas excelentes passagens descobri esta: "...Se há coisa que não tolero é a mentira, a falsidade e a hipocrisia. Os mentirosos vestem-se de coloridas roupas, como as penas de um pavão em plena corte. Ludibriam perigosamente a sua presa que, cega, se entrega e rende acreditando...".
O meu pai é o meu mestre. Dele herdei o sentido da justiça e da honestidade. Por isso quando li esta passagem me apeteceu escrever sobre ela. Porque mais perigosos que os assassinos, são os mentirosos, que nos assassinam a alma.
E no entanto, eu sigo acreditando. Acredito sempre. Continuo a ter fé no Ser Humano. Por muitos "assassinos de almas" que eu já tenha encontrado no meu caminho, continuo a acreditar.
Lembro-me de o meu pai me dizer que eu era transparente e para eu ser sempre eu. E por isso me faz tanta confusão quem o não é.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A dor é sempre uma lição.
Sopro ainda o primeiro crepúsculo, mas sei que estou viva e cresço para mim.
O cheiro tímido do amanhã entra-me já pela janela.
E sei que te levarei comigo, mas não voltarei atrás.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A última vez que falei contigo foi na terça-feira passada.
Estavas cheia de esperança e força. Disse-te que estava contente por ti.
Hoje não sei o que sinto.
Estou contente por teres parado de sofrer, mas triste por teres partido.
Porque a morte é uma dor horrível para os vivos.
E só me apetece dizer o que digo ao meu pai todos os dias: "TU NÃO ESTÁS MORTO COISA NENHUMA!"
Tentar arranjar força e sentido para tudo isto versus sentir na pele a dor intensa da perda, não é fácil.
Se por um lado, passar por todas estas perdas fez com que eu passasse a relativizar as coisas, por outro fez-me também seguramente mais fragilizada.
Passei a viver com o medo da perda. Não sei se aguentarei mais alguma.
Tento com muita força pensar que, do outro lado, outra vida recomeça.
E a ti, deixo a minha sentida homenagem, pela força, coragem e assombrosa Fé com que lutaste estes seis anos.
Venceste-o, Teresa, foste tu que o venceste.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estou farta de perder pessoas...

Primeiro foi a minha avó. No auge da minha adolescência não entendi que a sua vida se tinha cumprido e a dor fez com que passasse a andar com os bolsos cheios de Valium's para atenuar a angústia de a ver partir. Chorei muito.
Depois foi o meu primo. De um dia para o outro. Num dia estava cá e no dia seguinte já não estava. Aos 33 anos, tal como Cristo, foi crucificado, mas por um fulminante enfarte. Também não entendi a sua partida tão jovem e andei meses a ligar-lhe para o telemóvel apenas para lhe ouvir a voz no atendedor de chamadas. Chorei muito.
Mais tarde foi a minha tia. Em seis meses um cancro assassino roubou-lhe a vida que ela tanto amava. Cuidei dela como se fosse minha mãe. Todos os dias. No dia em que foi embora deu-me um beijo. Como se soubesse de antemão que já não mais me veria. Chorei muito. E às vezes ainda choro.
O ano passado foi o meu pai. O meu grande e adorado pai. Apesar de dez anos de uma doença venenosa e cruel, foi (é) muito difícil encaixar a idéia de já não o ouvir rir nem poder abraçá-lo junto a mim. Tem sido um ano complicado a tentar interiorizar que onde quer que ele esteja está seguramente melhor. Choro (ainda) muito.
E ontem foi uma amiga de sempre. Depois de seis anos de uma luta em que considero ter sido vencedora, partiu abruptamente, deixando-nos uma lição de vida e de coragem. Conheci-a há muitos anos, éramos duas adolescentes. E continuámos amigas neste caminho desde então. Acompanhámo-nos sempre. Nas fases boas e nas fases más. E apesar de saber que um dia este dia havia de chegar, e apesar de saber que a partida dela é um alívio no seu sofrimento, não tenho palavras para exprimir o vazio que sinto. Adeus, Teresa! Até um dia! Choro muito.

sábado, 7 de agosto de 2010

Com o coração em carne viva e a saudade em chama...
De coração nas mãos em frente ao mar...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Alguma vez disseram a alguém: "Não gosto de ti." ?
Não digam. Nunca digam.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Hoje falei com um grande mestre. Daqueles que nos fazem sentir um grão de areia neste Universo. Internacionalmente reconhecido, dedica a vida a viajar pelos quatro cantos do Planeta com o objectivo único de ajudar as pessoas a cresceram na espiritualidade.
Não cobra dinheiro, vive da caridade e daquilo que lhe dão. Tem amigos no mundo inteiro e a cada dia colecciona mais uns quantos.
Falei-lhe de mim. Que devo ter um karma na minha vida. Ele riu-se e disse-me: - "Só um?! Que sortuda!" e continuou: -" Todos temos vários karmas que temos que viver e cumprir, passar por eles, mesmo que sejam difíceis. Se não os vivermos totalmente, nunca se resolverão e nunca nos deixarão seguir em frente e abraçar novos karmas que temos que viver. Essa é a nossa missão".
"Deus é o meu guia". - disse-lhe. E ele respondeu-me: - "Não podia ter melhor...".
Tudo isto porque hoje decidi avançar com mais um nível. Porque preciso de força para abraçar estes meus karmas.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Carta aberta a meu pai...

Hoje é a ti que escrevo, pai.
Carrego uma mão cheia de mágoas.
Abro a mão na tentativa de as soltar ao vento, mas não voam.
Não duvido que me pegas ao colo muitas vezes enquanto durmo e agradeço-te por isso.
Ensinaste-me a amar sem rédeas e aprendi.
Ensinaste-me a confiar nas pessoas e aprendi.
Não me ensinaste porém que as pessoas fazem doer muitas vezes. Aprendo com elas.
Também eu já fiz doer se calhar. Momentos em que não estive à tua altura.
Peço PERDÃO por cada mágoa que causei nesta carta aberta que te escrevo.
Quanto mais tento parecer-me contigo, mais me deixo magoar.
Não importa. Esse é o caminho. Ser cada dia melhor e viver cada vez mais como me ensinaste.
Pega-me hoje ao colo, pai.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

E de repente os olhos do menino-homem encheram-se de mar.
Um mar salgado transbordante de amor onde todos navegavamos abraçados.
Parabéns, meu pequeno príncipe!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Hoje morri para ti. Já nada me dói ou arrasa.
Pois morta que estou nada mais me atinge ou magoa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amar

Tu és o lugar onde começam os sonhos...
Assim como a lua e as marés, o vento e a vela,
Assim tu és...
Prolongas-me a alma como se fosse una,
e santa adormeço em paz só por te amar...



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Bordoto...

Fez ontem 35 anos, era eu muito pequena e ouvia atentamente uma história contada pela minha irmã, quando as contracções começaram... lá se foi a história para o escambáu, mas na manhã seguinte nascias tu, a minha caixinha de surpresas!
Deixei de ser a bébé da família para passares a ser tu. Não me podia sequer aproximar muito de ti porque podia partir-te. Aprendi, no auge da minha infância, a partilhar.
Os anos foram passando e és minha amiga, irmã, filha, mãe e... sobrinha!
Meu guia e meu colo muitas vezes. Como o contrário também.
E hoje só quero dizer-te que te adoro e que te desejo o melhor dos anos!
Parabéns, bordoto!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Ser Humano é fantástico! Quando acredita nalguma coisa, investe e entrega-se todo. De peito aberto! Aposta a sua vida naquele projecto, pessoa, sonho...
E quando deixa de acreditar, sofre e adormece. Para na manhã seguinte acordar como se fosse a primeira vez...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Amamos de olhos fechados.
Sem saber porquê.
Apenas porque sentimos.
Só porque sim...

No amor não há palavras para a razão.
Abrimos os braços frente ao enorme oceano...
e acreditamos que as águas se vão separar...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

É enquanto cá estamos que amamos, que sorrimos, que magoamos e nos faz doer.
É aqui que sonhamos, que descobrimos, que choramos e fazemos chorar.
É agora o tempo de viajar, de dar as mãos, de dançar com os pés na areia até o sol dormir...
É agora o dia de abraçar e colher sabores, de mergulhar a fundo e abrir os braços ao ar...
Voar, voar... é agora a hora de amar! Fazer um sol com lápis de cor e acreditar...
Cada segundo passado não volta mais...é um pássaro morto na estrada numa tarde de chuva.
É agora... ou nunca mais...

quarta-feira, 5 de maio de 2010


A verdade é que me dói todos os dias...
E não posso fingir que não é assim...

segunda-feira, 26 de abril de 2010


Li há pouco tempo que se amarmos seremos amados, se dermos receberemos...
Será?!
E se magoarmos seremos magoados?
Nah... já viram como seria a Vida justa se assim fosse?

terça-feira, 20 de abril de 2010


Happy Birthday... wherever you are...

sábado, 17 de abril de 2010

Este não foi um ano fácil. Foi Outono sempre. Cada hora era hora de naufrágio.
Todos os dias o teu rosto afogado entre retratos e velhas memórias.
Todos os dias a lutar contra uma saudade dorida de auroras frias.
Todos os dias a perder-me em ti em vez de me ganhar por te ter dentro de mim.
Porque se Deus te tem nos Seus braços, eu tenho-te no coração.
Mas a saudade dói até ser Verão. Até se poder sorrir com ela ao fim da tarde.
E ainda chove em mim, pai. Ainda chove em mim...

terça-feira, 13 de abril de 2010


Era o mar, o teu cabelo de miúdo aos caracóis...
Era a vaga que naveguei neste barco de papel onde hoje me afundo...

sábado, 3 de abril de 2010

Era uma vez um rei que tinha três filhos.
Quando a filha mais velha atingiu a maioridade, o rei mandou-a sair do Reino em busca de conhecimento e novas realidades. Passado pouco tempo a princesa voltou, montada num belo coche forrado a ouro e diamantes, conduzido por um garboso príncipe que vinha pedir a sua mão em casamento.
O rei, mandou então o seu filho do meio com a mesma missão para fora do castelo. Passado algum tempo o jovem príncipe voltou, montado num robusto e branco corcel, embainhando orgulhoso à cintura uma espada com o selo do Reino.
Chegara a hora de enviar ao mundo a sua pequena princesa por quem ele nutria um carinho especial. Dizia-se no Reino ser a sua filha favorita por encher de cor os seus dias com as suas constantes brincadeiras.
Foi num dia cinzento que o rei viu partir, do alto da torre do castelo, a sua princezinha, deixando rolar dos seus olhos azuis, grossas lágrimas de mar salgado.
Os dias passavam e a princesa não voltava. Todos os dias o rei esperava do alto da torre com os olhos postos no horizonte. A esperança de voltar a ver a princezinha ía-se desvanecendo e a tristeza emudecia a sua boca e tornava brancos os seus cabelos.
Um dia, passado muito tempo, num fim de tarde solarengo, o rei viu um vulto que se aproximava a pé dos muros do castelo.
Embora não acreditasse poder ser a sua filha, o rei desceu rapidamente as longas escadas da torre, correndo ao seu encontro animado por uma esperança adormecida.
Foi quando reconheceu no vulto a pequena princesa, que voltara como tinha partido, mas rodeada de centenas de coloridas borboletas que voavam em seu redor.

segunda-feira, 29 de março de 2010

No calendário cristão esta é uma época de reflexão e reconciliação consigo e com o próximo.
Ninguém nos conhece melhor que nós mesmos.
Ninguém sabe melhor cada defeito e cada qualidade.
No entanto, existem sempre pessoas que vivem para apontar o dedo e acusar o outro, muitas vezes daquilo que eles próprios escondem, projectando assim as suas mágoas/angústias/segredos/dúvidas (etc)...
É mais fácil julgar o outro apontando-lhe o dedo do que olhar no espelho e reconhecer em nós o que deve ser mudado. Porque mudar custa tanto ou mais que assumir uma falha.
Esquecemo-nos constantemente que as palavras que proferimos, embora o vento as leve, passam primeiro pelo outro deixando marcas.
Esquecemo-nos constantemente de tudo menos de nós próprios...
Não quero ser melhor que ninguém, apenas que eu própria... um bocadinho todos os dias...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Voa, meu beija-flor, voa hoje um pouco mais longe...
Entoa o teu canto miúdo de asas ao vento abertas.
E volta ainda mais colorido, se possível breve,
ao ninho que chora já a tua ausência...
Mas voa, pássaro de fogo,
e escreve nos ares a tua melodia de menino encantado
que me faz sorrir...
Promete-me porém que serás tímido nos vôos a pique,
já que não estarei lá para te amparar a queda...
Se bem que ouvirás sempre no peito
a minha canção de embalar...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Deixaram-se ver, as primeiras papoilas, sem ser Verão ainda...
Olhei-as devagar, como que a levá-las à boca,
numa carícia terna de pétalas de veludo que se fazem mãos...
As tuas...
Assim a fazer lembrar um campo de girassóis quando ainda era eu a tua morada...

sexta-feira, 19 de março de 2010



Escrevo-te mais uma vez, pai.
Gosto de pensar nas brincadeiras que fazíamos.
Gosto de lembrar o teu sorriso, sempre.
Gosto de pensar que um dia estarás lá, à minha espera.
Os teus dias são todos. Não apenas hoje.
Desculpa. Sei que não gostas de me ver chorar.
Beijo à esquimó...

terça-feira, 16 de março de 2010

Não percebo como o amor se torna ódio. Nunca percebi.
Como é que pessoas que se tocaram tão dentro, inflamando coloridas bandeiras com cheiro a sal do mar, se passam a odiar com olhares viscerais fétidos de sangue?
Serão os sentimentos humanos um continuum de cores qual espectro de luz?
Eu não odeio ninguém que tenha amado. Prefiro o mar!

sexta-feira, 5 de março de 2010


Existe um livro onde te escrevo.
Palavras carregadas de momentos.
Nenhuma cumpre, nenhuma encerra aquilo que és.
Nem sei porque te escrevo se não há palavras que te digam.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Haverá algo melhor que afectos pendurados nas lâmpadas de um velho lustre?
Caindo como pendentes espalhando carinho na sala...
Risos embriagados de doces palavras...
Mãos que se dão, olhares que se trocam...
Trovas de amores diversos que a noite guarda...
É isso a Vida, afinal!
A dança dos poemas que calamos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quando eu morrer quero encontrar-te.
Dobrar a esquina e ver-te ali, assim, sorriso aberto e feliz como gosto de te imaginar...
Sinto-te todos os dias sem te ver.
Beijo-te à noite para dormir em paz.
E hoje sigo, de mãos dadas, com a garganta apertada, como quando me deixaste na escola pela primeira vez.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

E acordei com o sol ao meu lado como há muito tempo não acontecia.
Mas essa não foi a melhor parte. A melhor parte foi o arco-íris que me mandaste de presente, inteirinho só para mim!
Assim a fazer lembrar a caixa de lápis de cor que faz hoje muitos anos me ofereceste.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aproximam-se dias difíceis de contornar sem o egoísmo da dor da ausência.
E mesmo sabendo que me ensinaste o direito de dançar a vida,
fico assim, cheia de noite e de ninguém...
Meu pedaço de estrela escondido
os meus braços não chegam para te abraçar...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

How many times can we fall in love?
How many loves make a life?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Simplesmente hilariante...
E no MÍNIMO ridículo...
Só tu para me fazeres rir nos tempos que correm...
Eheheheheheheh....

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Voltei...
E foi junto a esta Lagoa que, segundo reza a lenda, resulta das lágrimas misturadas da princesa Antília e do jovem pastor, que lembrei os meus amores.
Todos eles. Os possíveis e os impossíveis. Os maiores e os menores.
Porque todos foram importantes no meu percurso de vida e fizeram de mim o que sou hoje.
Voltei... para os meus amores presentes e futuros.
E para ti, que continuo a amar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Vou de viagem...
Adeus e até ao meu regresso...

sábado, 23 de janeiro de 2010

(A propósito do post anterior...)

A vida (e a morte...) ensinam-nos a olhar as coisas de maneira diferente.
É certo que cruzar-mo-nos com um manipulador de sentimentos nos deixa no chão.
Mas também é certo que não vale a pena gastarmos a nossa energia com quem não merece.
Saímos, tristes e magoados, mas levantamos a cabeça e sorrimos ao futuro.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Histórias para ti (1)


O mal foi o meu pai não me ter ensinado que existiam pessoas como tu.
Nunca entendi o porquê das pessoas se usarem.
É um perigo amar um manipulador de sentimentos.
Corremos o risco de ficar assim... sem cor...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Fez-se luz!

Ontem aconteceu-me uma coisa extraordinária.
De repente, uma dor alucinante no peito e alguma dificuldade em respirar, levaram-me à urgência do hospital.
Tensão de 17! O médico de plantão assustou-me e depois de me ter dado um comprimido, advertiu-me que não me deixaria sair dali enquanto tudo aquilo não estabilizasse.
Passou-me tudo pela cabeça naquele momento: que estava na minha hora, que tinha que dizer às pessoas importantes que o tinham sido, que os meus filhos tinham que ficar bem entregues... enfim!...
Durante aquele rodopio de médicos e enfermeiras à minha volta, tive pela primeira vez na vida medo de morrer e a minha cabeça viajou.
E foi realmente extraordinário o que aconteceu. Nada é por acaso. Nem nunca foi.
E naquela hora vi finalmente quem era importante ver e quem me andou a enganar este tempo todo.
Obrigada, meu Deus, pelas "linhas tortas" com que escreves.
Eternamente grata, esta tua filha.