segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

INJUSTIÇA


Se há uma coisa que herdei do meu pai foi o sentido de justiça.

Não tolero a injustiça. Revolta-me.

Ser injusto é ser cruel e mau.

É não ter sentimentos e ser capaz de crucificar impiedosamente e sem razão.

Hitler cometeu uma atroz injustiça ao dizimar milhares de judeus inocentes. E o mundo revoltou-se e uniu-se em aliança para o parar.

Será que apenas nos revoltamos quando são milhares?

Não basta um único Ser Humano ser injustiçado para isso nos causar revolta?

A mim sim. Porque o princípio é o mesmo: a capacidade de crucificar impiedosamente e sem razão. E a crueldade que isso é.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Voltei.
Deixo-vos com um excerto do livro "O teu amanhã é muito longe":


"...Em tempos tive um namorado por quem nutria uma intensa e flamejada paixão. Ligava-nos o mundo dos sonhos, e abraçavamos uma divina loucura onde navegavamos em verdes ondas e onde também naufragámos. Porque as grandes paixões não podem ser eternas. Torna-se impossível viver em constante exaltação dos sentidos, toldados por frenéticas hormonas que nos deixam febris.
Anos depois vieste tu e o mundo parou. Não sei o que aconteceu mas absorveste todo o sentido da Terra. De tal modo que, sem ainda saber muito bem o que aquilo era, perdi-me em ti, agasalhando-me nos teus afagos. Tal como alguém disse, o meu corpo tornou-se pequeno demais para tanta alma e o meu peito deixou de saber lidar com o que albergava. Porque era pequeno demais para aquilo que sentia.
Eu sou uma mulher de paixões. Não entendia nada de amor. Não sabia saborear os afectos com paciência. Com o tempo fui aprendendo a amar. O amor é como um parto. Doi a nascer. E hoje eu amo-te sem apego e longe. Hoje eu amo-te inteiro e livre. Com todos os teus defeitos, injustiças e tiranias. Amo-te, ponto.
Acontece que, quando aprendi a amar, aprendi a amar-me também a mim. E amo-te como nunca amei ninguém, mas amo-me mais a mim. Amo-te mas não és o meu ar. Amo-te mas não posso mais deixar que me magoes e faças mal.
Todos nós esperamos ser amados em igual medida e ninguém se deve contentar com menos.
E por isso, pela primeira vez na minha vida, digo algo que em tempos me disseram e que eu na altura não entendi: "Amo-te tudo, mas não te quero!". Agora entendo...".