quarta-feira, 18 de março de 2009

Eras o maior. És. Não me sei despedir. Não quero. Não consigo. Estiveste sempre lá para mim...
A mesma direcção, o mesmo sentido, os mesmos valores. Em todos os instantes.
Fala comigo. Não me deixes aqui assim. Não sei ficar sem ti. Sem te olhar. Sem te tocar.
Será que agora voas? Com asas de verdade? Daquelas que me ensinaste?
És a minha vida toda. Desde que nasci. E agora? O que fazemos às recordações?
Passam a ser álbuns de retratos?
Pai... tudo o que aprendi com os teus olhos... é tudo o que sou... ou tento ser...
mas... já não tenho casa...
A minha médica diz que todos temos o direito de nos perdermos e de nos descompensarmos, principalmente em situações de crise...

A minha mãe diz que devo ir buscar força à Fé...

O meu filho diz para me agarrar à família e aos amigos que estão perto...

Eu... não digo nada...

Ainda não acordei para as palavras.

terça-feira, 17 de março de 2009


A morte é sobre ir-se abaixo. Temos de nos ir abaixo para nos podermos reconstruir.

O meu pai morreu e eu já não sou a mesma pessoa. Sou uma pessoa sem pai.

Já nem sei bem o que sou. Nada agora faz sentido.

A música tem outro ritmo que não é o meu.

Alguém apagou as luzes e eu não vejo nada.

A não ser o medo. E a tristeza que queima.