segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Faz hoje 6 meses que o meu pai morreu. Desde então tem-se tornado cada vez mais difícil lidar com perdas irreversíveis. A morte do meu pai fez-me sentir na pele uma revolta contra o tempo, que nos rouba definitivamente momentos bons e felizes, para sempre intocáveis. Acordo muitas vezes a chorar por esses momentos.
Há dias, em conversa com uma amiga, dizia-me ela aquelas coisas sensatas que toda a gente diz nestas ocasiões: que eu tinha que me sentir feliz por todas as coisas boas que se passaram... que me devia sentir grata e enriquecida por terem acontecido... e que talvez não fosse má ideia tomar um antidepressivo para dar um empurrãozinho...
Quando lhe estava a responder, aconteceu uma coisa muito engraçada... Comecei a frase assim: "Sabes, desde a VIDA do meu pai... (...???!!!), ...ops...desculpa... queria dizer desde a MORTE do meu pai que..."
Acontece que nada é por acaso nesta vida e fez-me pensar que realmente os últimos tempos de vida do meu pai eram mais uma morte. E que se calhar, agora, onde quer que ele esteja se sentirá mais vivo e feliz. Quero acreditar que sim.
No entanto, não há remédio que apague a dor da saudade. Sofremos sempre, não por aquilo que se viveu, mas por tudo o resto que foi sonhado e nunca se cumpriu.
Obrigada, pai! Por continuares a ensinar-me que cada minuto é precioso. E que o amor não foi feito para se guardar numa caixa, mas sim para se espalhar. Bem como o sorriso e o peito puro!
Beijo à esquimó.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Há quem diga que as pessoas nunca mudam. Pois não concordo. Acredito que muito da nossa essência se mantém, mas mal seria de nós se não evoluíssemos nunca.
Acabei de ler um livro que diz que nada como um nascimento ou uma morte para alterar os nossos conceitos e a nossa maneira de olhar a vida. Pois concordo em absoluto...