segunda-feira, 26 de maio de 2008


Amar-te e não te ter é como parir um nado-morto. É conceber um amor para a vida toda, senti-lo na pele desde as entranhas, modificar corpo e alma em seu nome, dedicar-lhe voluntariamente todo o nosso tempo na Terra... e depois morrer...


Cinzenta ficou a cor do mar, do céu e do sol. Cinzentos ficaram os meus dias e as minhas noites que não se distinguem. Cinzentas são as estrelas já sem luz e o meu quarto, outrora azul...


Pinta-me um quadro, amor. Enche-o de cores e diz que me amas. Beija-me a nuca, trinca-me e coça-me as costas.


Volta a pôr as cores no seu lugar, por favor... O azul no céu, o amarelo no sol, o vermelho no sangue... Sem cores a vida é apenas um monte de restos mortais...


Agarra, meu Rei, nas tuas cores e volta a espalhá-las nos meus dias.


As crianças gostam do arco-íris...

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