quinta-feira, 13 de maio de 2010

Amamos de olhos fechados.
Sem saber porquê.
Apenas porque sentimos.
Só porque sim...

No amor não há palavras para a razão.
Abrimos os braços frente ao enorme oceano...
e acreditamos que as águas se vão separar...

12 comentários:

Anónimo disse...

Que lindo, Vocas! A metáfora que arranjaste aplica-se perfeitamente! O amor inquestionável de Moisés a Deus que o fez acreditar que o mar se ía abrir. É assim mesmo quando amamos: entregamo-nos de peito aberto e acreditamos. Fabuloso!
Parabéns!
Bjs, Zé

Mag disse...

Correndo o risco de me atirarem pedras.... :))))
Acho que o amor é feito de inúmeras pequenas coisas, que diferem (em importância) para cada um de nós... uma delas é, sem dúvida, a razão. Nem que seja porque pensamos, reflectimos (devemo-lo a nós mesmos e ao outro), ajustamo-nos, adaptamo-nos. Em tudo isso usamos o pensamento, o raciocínio.

Para mim, amar é um todo.

E sim, também é acreditar que as águas se separam! ;)

Anónimo disse...

Correndo o risco de incorrer em erro, diz-me a idade e a experiência que quem insere a razão num sentimento sublime e divino como o amor... nunca ainda amou.
Amar é a maior entrega possível e imaginária. E por isso é tão difícil amar e ser amado.
O problema é que as pessoas usam, na maior parte das vezes, incorrecta e abusivamente a palavra amor.
Pense nisso.
Ricardo

Anónimo disse...

"Abrimos os braços frente ao enorme oceano e acreditamos que as águas se vão separar".
Simplesmente lindo! E totalmente verdade. Quando se ama é assim.
Bjs, Filipa

Mag disse...

Incorre em erro, Ricardo. E grave.

A razão não tira nada de sublime ao amor. Faz, simplesmente, parte nós, como seres humanos.
Porque é que a razão diminui a entrega? Porque há-de ser um vilão, que diminui a beleza?

Tem mesmo a certeza que, quando amamos, deixamos de raciocinar?

Anónimo disse...

Querida Mag, na minha profissão lido a cada segundo com a razão. Ninguém melhor do que eu para ter a certeza de que a razão, não só faz parte de nós, como nos é essencial. Contudo, e como diz, existem espaços de navegação mais propícios para ela (a razão)que, embora patente sempre, se torna apenas vestigial face ao assombro do amor.
Abra os braços.
Ricardo

Anónimo disse...

Bem que eu me farto de abrir os braços!

Alcides disse...

O Amor é cego...

XR disse...

Vocas, o texto é bonito. Compreendo o que quiseste dizer e falas de um sentimento que nos faz tanto, tanto bem...

Mas como boa irmã grande, vou tomar o partido da Mag: no Amor há, sim, espaço para a razão. E não é apenas vestigial.
Nota importante: fala-se de Amor, não de Paixão. Quando nos apaixonamos é muito mais frequente desligarmos o "racionalizómetro". Fazemos coisas que, em condições ditas normais, acharíamos francamente idiotas. Desculpamo-nos a nós próprios (e aos outros) dizendo que é o amor que nos leva a cometer actos irreflectidos.
Na minha opinião (que vale o que vale, não assumo a posição de ser melhor do que ninguém para me pronunciar sobre o assunto excepto no que tocar à minha própria experiência pessoal) o Amor é aquilo em que a Paixão se pode transformar depois de aplicado o filtro da Razão.
No período da Paixão tudo é bonito, tudo dá azo a mais sentimentos positivos, tudo nos faz ter borboletas no estômago.
Quando chega o reality check vê-se então se as borboletas lá continuam ou se afinal o que sentíamos nas entranhas era apenas o adejar das traças. Conseguimos ver objectivamente as coisas, mesmo as menos boas; vemos a irracionalidade de alguns actos que entretanto praticámos.

Se depois desta pausa em que reiniciamos o nosso lado racional continuarmos a achar que aquela pessoa merece o nosso afecto, respeito, tempo, dedicação... o teste lógico é validado e podemos dizer com toda a propriedade que é Amor e não apenas Paixão.

Entregarmo-nos de peito aberto sabe bem melhor quando o fazemos de forma consciente. Já não há borboletas no estômago - há asas nas costas para voos partilhados.

Anónimo disse...

O erro humano... já dizia Descartes, que a sabedoria era única (note-se que estavamos no século XVI).
Enfim, erramos ao tentar arranjar definições para tudo, ora vejamos:
1- o amor é a paixão mais cimentada
2- o amor tem/não tem que ser apoiado na razão
3- a paixão é que é cega e não o amor
Até quando vamos persistir no erro de querer definir tudo?
O amor pode ser milhentas coisas, mas uma é de certeza: ENTREGA!
E foi isso que a Vocas quis dizer com este belíssimo texto, muito bem figurado na última frase:
"... e abrimos os braços frente ao enorme oceano e acreditamos que as águas se vão separar...".
É ENTREGA. Ou não é amor.
Beijo grande.
Henrique

Anónimo disse...

e se te chegasses à frente, e deixasses de teorizar?...

Anónimo disse...

Ele há comentários que enfim, nem deviam ter nascido!
Acho este post da Vocas simplemente divinal. E concordo com o Henrique quando diz que o amor nada mais é senão uma entrega, total e absoluta.
Beijinhos, doce Voquinhas.
João