
Há dias, em conversa com uma amiga, dizia-me ela aquelas coisas sensatas que toda a gente diz nestas ocasiões: que eu tinha que me sentir feliz por todas as coisas boas que se passaram... que me devia sentir grata e enriquecida por terem acontecido... e que talvez não fosse má ideia tomar um antidepressivo para dar um empurrãozinho...
Quando lhe estava a responder, aconteceu uma coisa muito engraçada... Comecei a frase assim: "Sabes, desde a VIDA do meu pai... (...???!!!), ...ops...desculpa... queria dizer desde a MORTE do meu pai que..."
Acontece que nada é por acaso nesta vida e fez-me pensar que realmente os últimos tempos de vida do meu pai eram mais uma morte. E que se calhar, agora, onde quer que ele esteja se sentirá mais vivo e feliz. Quero acreditar que sim.
No entanto, não há remédio que apague a dor da saudade. Sofremos sempre, não por aquilo que se viveu, mas por tudo o resto que foi sonhado e nunca se cumpriu.
Obrigada, pai! Por continuares a ensinar-me que cada minuto é precioso. E que o amor não foi feito para se guardar numa caixa, mas sim para se espalhar. Bem como o sorriso e o peito puro!
Beijo à esquimó.