terça-feira, 18 de abril de 2017



Não sei o caminho  mas ouço chegar o Verão.
Terá folhas novas certamente...
Seguirei junto ao rio, infantil e nua,
pousando os olhos na poesia demoradamente.
Não sei o caminho mas vejo o mar a Sul e meu...
A medo seguirei com o vento, meu irmão
sonhando que à frente uma outra casa se ergueu
e me espera um filho de outra estação.

sábado, 7 de junho de 2014

Às vezes sou um ramo.
Um ramo onde pousas para descansar.
Ou somente para me ouvir.
Ou somente para cantar.

domingo, 2 de março de 2014

Não há palavras para as cores...
Talvez um som...
Talvez um som seja a melhor forma de dizer o azul...


quarta-feira, 4 de setembro de 2013


Gosto daqueles abraços em que os olhos se fecham sem querer...
Existe uma certa beleza no não olhar...
É como se de repente ouvisse o mar
no peito encostado, a se perder...

terça-feira, 3 de setembro de 2013


Eu estava lá. 
E hoje aprendi como o sol pode ser dois.

sábado, 13 de julho de 2013


E de novo do luto se fez esperança
dos olhos rasos alegria de criança
infinitas aves numa harmoniosa dança
e eu ali...


Eu ali com estas mãos que te lêem 
esta boca onde entras sempre pela primeira vez
estes braços tua cama
este peito em chama
pintando o céu em total embriagez


sábado, 13 de outubro de 2012

Medo...

É o medo...
É o medo que hoje em mim mora...
Como traçoeiras mãos que me sufocam
e assim te afastam mais e mais...

domingo, 2 de setembro de 2012

De novo...


E de novo me sento em contemplação em frente ao mar.
Estas mesmas ondas que te trazem na brisa.
Respiro fundo. Muito fundo.
Como se quisesse beber-te...
E de novo me invades o peito e renovas...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quando vejo um beijo é sempre o teu que vejo...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Para ti...

"Tu não prestas mesmo.
Não falas a linguagem das crianças nem entendes as urgências do coração.
Mentes, enganas, ultrajas, usas, magoas, maltratas, jogas e destróis.
Não tens valores nem caráter.
E eu sinto-me a pessoa mais estúpida deste mundo por ter caído na tua rede e acreditado em ti.
Não passei de um passaporte para atingires os teus fins.
Mas hoje despeço-me de ti.
Os teus beijos deixarão de ser a minha casa. O teu cheiro passará a ser um estranho. E a lua jamais será tua. E eu, lamento profundamente tê-lo sido.
Não passas de uma fraude. Uma mentira. E eu, não passo de uma criança que ainda acredita em fadas e no Pai Natal."

(in " Os teus beijos deixarão de ser a minha casa" )

terça-feira, 8 de maio de 2012

A vida não pára de nos surpreender nunca.
Pergunto-me como é possível que um dia descubramos que afinal, alguém ao nosso lado há muito tempo, não passa de um estranho?
Que em vez de meigo e bondoso é afinal frio e cruel?
Isto faz-me pensar se não seremos nós os culpados. Se não fomos nós que sempre olhamos as pessoas como gostaríamos que elas fossem...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Perseguir a esperança até à última gota de suor...
Amar, amar sem medo ou fronteira...
Ter o mar no peito sempre em jeito de rebentação...
E abraçar sempre como quem beija...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Quem procura evitar o luto desonra a alma...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo...

Eis o futuro que hoje começa!
É tempo de falar a língua das crianças, de inventar mimos e ouvir as urgências do coração.
É tempo de deixar de acumular remorsos e abraçar esperanças.
Não me importa que o meu coração tropece no seu próprio sangue se for feliz e conhecer o amor.
É tempo de gritar bem alto: EU QUERO SER CLIENTE DO LADO BOM DA VIDA!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Gosto de acreditar nas coisas simples que me fazem sorrir como carícias...
Gosto do que permanece num final de tarde de Verão, o sol e o mar abraçados numa brisa quente...
Gosto da dança dos dedos enrolando os cabelos que se fazem espuma...
Gosto da minha criança cúmplice dos cheiros e das cores e da música tão rente à vida...
E destas mãos que trago, abertas sempre ao azul...
Estas mãos que afagam, abraçam, acolhem e percorrem teclas ou páginas...
As mesmas mãos que choram quando acaba o Verão...
As mãos simples de uma criança...
Um pequeno fio de água que se recusa a ser mar...

domingo, 16 de outubro de 2011

É Hoje!

É hoje que os abraços não são demais e a força fraqueja.
É hoje que chamo amigo a quem comigo estiver.
É hoje. Porque amanhã é sempre tarde demais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Não posso amar-te mais

Não posso amar-te mais.
Aqui estou, rodeada de soluços calados, perguntas, sangue e insónias. E medo.
Com esta ternura surda dentro de mim e o coração na boca, perto do mar dos meus olhos.
Não posso amar-te mais.
Acordo e adormeço todos os dias em ti.
Passo o dia a varrer as nuvens que te rodeiam.
E quando chega a noite transformo em prece o desejo de te ver sorrir e livre.
És tu, marinheiro de águas selvagens, o herói deste navio onde embarcamos.
Pego-te ao colo, devagarinho... muito devagarinho...e conto-te coisas de amor.
De esperança. De cores.
E sorrimos um no outro. Eu sei.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Acordo e tropeço logo no meu amor por ti.
Por isso são para ti estas palavras.
Por tua causa hoje as ruas parecem maiores.
Por tua causa nada mais será o mesmo.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011



O amor não é massacrar, pressionar, desconfiar, perseguir, maltratar, acusar, rebaixar, magoar, ofender, manipular, prender, controlar, fazer doer...



É antes esta dança que se sente sem rede, deus ou lei...

São palavras ternas como uma música suave...

É o sol apagado na ausência de quem se ama...

É o querer cuidar, cuidar, cuidar...

É rir das vitórias e chorar com as derrotas...

É pegar ao colo e embalar...

É admirar...

É confiar...

É querer bem, querer bem, querer bem...

É morrer naquela boca...

É dar as mãos e entrar um no outro...

É partilha... é caminho...

É fazer...

É encontro...

São dois seres que um no outro se perfumam...

É beijar os olhos por dentro...

É proteger, proteger, proteger...

É deixar livre...

É ter um peito de lua cheia...

É o céu e nada mais.



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sinto a tua falta... quando estás e quando não estás...
Mas tirei o velho bloco da prateleira. Companheiro de viagens. E vamos os dois.
É chegada a hora. O tempo há muito esperado.
Um dia voltaremos a encontrarmo nos...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Chegar e partir são só dois pontos da mesma viagem...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Às vezes, muitas vezes, falamos melhor por escrito.
Calamos o som das palavras e desenhamo-las no silêncio de uma folha branca.

Às vezes, muitas vezes, as letras abraçadas falam das coisas que o peito cala.
E dançam felizes e soltas num espaço livre de papel.

E de vez em quando, muito de vez em quando, acontece fazerem amor ali mesmo.
E nasce um poema.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Feliz é o momento onde me reinvento,
o poema que escrevo, a brisa na face,
a nudez do trigo, a música breve...


Feliz é a camisa aberta e branca sobre a tez morena,
o passar ao de leve na pele a meiga pena,
o brilho do olhar cruzado sob a luz da lua,

Feliz sou eu, dançando livre e nua...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Um beijo pode ser um filho, pode ser um verso...
Um beijo é sempre um pouco de mar,
é a rebentação na tua boca...
Tocam-se os lábios em festa,
doce ou ferozmente em febre louca...
Um beijo é o que eu quiser na tua boca...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu só gosto de flores silvestres... selvagens e coloridas.
Por isso amo os malmequeres nos teus olhos.
Sob a luz das estrelas danço livre e gosto.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ontem festejei-te, pai. Eu, neste mundo onde julgamos viver e tu, nesse mundo que desconhecemos. Mas fizemos uma festa. Os dois. Tu e eu. Assim como era quando cá estavas. Quando todos os dias eram uma festa.
Olhei-te na fotografia porque os meus olhos te precisam. E abracei-te no meu peito que te guarda.
Senti o mar a subir e as ondas a rebentarem nos meus olhos. Que a saudade às vezes doi como um barco naufragado.
Mas o que conta, pai, o que conta apesar de tudo, é que eu sei que tu sabes que estamos vivos um no outro.

domingo, 17 de abril de 2011


- " Desaparece, está bem?" - disse-lhe em tom seco e feroz. E ela não entendeu porque é que num momento passeavam de mãos dadas pelas ruas e no momento seguinte não podia mais sentir aquelas mãos como suas. Não sabia se tinha sido um sonho... ou se estava a acordar de um pesadelo... _ "Olha só para mim, apenas como quem vê. " - disse-lhe. O tapete vermelho trazia recordações de olhos fechados. Como quem acredita. Assim como os girassóis. Que mais ninguém vê e nunca mais alguém verá, mas que são lindos só por se saberem. Sem razão. Só porque sim. Como tu eras. E o que eu via em ti era a tua luz. Que mais ninguém sabe ver. Porque as pessoas são egoístas. E só vêem o que querem ver. E eu via o que tu eras. Nao o que queria ver. Como agora vejo naquilo que te transformaste. E não o que gostaria de ver. Desapareço sim. Mas não antes de te dizer das dunas e do que não pode morrer. Nâo antes de sentir o mar no meu olhar. Não antes de pensar que morrer devia ser assim... contigo na boca.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Se eu nascesse outra vez, nascia para ti...

Sem medos, ressentimentos ou inseguranças.

Perdia-me nesse teu olhar de girassóis como se fosse uma criança

acreditando ainda que o amor pode ser arte e eu artista.


Se eu nascesse outra vez pegava em cada retalho da minha vida

e pintava-os um a um com aguarelas,

lindas, lindas todas elas,

como tu e eu na primavera.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Descanso em ti como uns pés numa cadeira. Amo o vento que te traz. Amo o som da tua voz e o teu cheiro na minha pele. Amo o colo que me dás e a luz da madrugada a entrar pela janela... Descanso em ti como uns pés numa cadeira. Repouso no teu olhar como se não houvesse amanhã. E cada dia que passa, com a lua na algibeira, invento-me no teu abraço, apaixonada e inteira.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Ai meu Deus! Que eu não queria mesmo falar sobre isto mas tem de ser. Que este é o meu espaço de fuga e libertação, onde exorcizo os meus pensamentos. Assim como se fosse um piano de onde saem sons. E hoje apetece-me tocar...
Existem pessoas tão más, tão más... e que se julgam tão boas, tão boas! Demónios com caras de anjo... que se cruzam connosco, se aproveitam de nós, nos sugam o tutano, nos deitam abaixo e depois seguem as suas vidas como se nada tivessem feito!
Existem mesmo pessoas assim! E é sobre elas que reflicto hoje. Porque também elas têm um importante papel na nossa vida: o de aprendermos a reconhecer o que vale mesmo a pena.
Já não me desiludo. Apenas não me iludo mais.
Beijos a todos e um excelente fim de semana!

terça-feira, 8 de março de 2011


A todos os que me têm demonstrado o seu carinho e amizade, quero agradecer. Muito.
A vida, às vezes, não é mais que uma figura branca deslizando entre os nossos dedos, uma noite que se arrasta ou os cabelos de minha mãe...
Às vezes, muitas vezes, é sangue. Outras, um pequeno mar apenas meu.
Nestes dias, não tenho visto senão conchas mortas num caminho comprido e máu.
Mas como reikiana e outras coisas que sou, agradeço ao meu Deus todos os desafios que me dá, para que com eles aprenda e fortaleça. E no meu Deus me deito e entrego todos os dias.
E é nestas alturas, em que a vida nos abana como pequenas folhas ao vento, que mais pensamos e crescemos.
E um pensamento não me sai da cabeça: como é que é possível que a pessoa que mais amei é precisamente aquela que mais me arrependo de ter cruzado o meu caminho?!

quinta-feira, 3 de março de 2011

São baralhos de cartas que se esvaem em dominó, umas atrás das outras...
Castelos de areia devastados pela fúria do mar...
É a luz do dia que queima em jeito de espada,
e o silêncio da noite que me ensurdece os sentidos...
É tudo, tudo à minha volta chamando a morte devagar...
E é só nos teus lábios que a loucura adormece em paz.
Deita-te comigo e faz que a música, ao menos, continue minha.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pai...

Às vezes a saudade dói como um barco que deixa de se ver na linha do horizonte,
outras vezes faz cócegas e faz sorrir...
Houve dias em que a saudade chegou embrulhada em lágrimas,
e outros em que me abraçou no teu aroma...
Há dias assim e dias dos outros.
Mas nunca, nunca deixa de viver colada na minha pele.
I love you, Daddy, wherever you are...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

19 de Fevereiro

É hoje o dia em que um ano se encerra para que outro se inicie.
Um ciclo termina para que outro comece.
O passado é passado e o futuro espera ser abraçado.
Obrigada por me acompanhares nesta viagem.
Pelos sorrisos e o peito aconchegado só por existires.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

AMOR...

Acordar e enfiar os pés numas pantufas feitas de nuvens e começar logo a levitar...
Guardar o teu cheiro no bolso e sorrir...
Passar os dedos pelo teu cabelo em jeito de contemplação...em oração até, se quiseres...
Correr pela praia e chegares a mim em cada onda.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O meu bébé...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

INJUSTIÇA


Se há uma coisa que herdei do meu pai foi o sentido de justiça.

Não tolero a injustiça. Revolta-me.

Ser injusto é ser cruel e mau.

É não ter sentimentos e ser capaz de crucificar impiedosamente e sem razão.

Hitler cometeu uma atroz injustiça ao dizimar milhares de judeus inocentes. E o mundo revoltou-se e uniu-se em aliança para o parar.

Será que apenas nos revoltamos quando são milhares?

Não basta um único Ser Humano ser injustiçado para isso nos causar revolta?

A mim sim. Porque o princípio é o mesmo: a capacidade de crucificar impiedosamente e sem razão. E a crueldade que isso é.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Voltei.
Deixo-vos com um excerto do livro "O teu amanhã é muito longe":


"...Em tempos tive um namorado por quem nutria uma intensa e flamejada paixão. Ligava-nos o mundo dos sonhos, e abraçavamos uma divina loucura onde navegavamos em verdes ondas e onde também naufragámos. Porque as grandes paixões não podem ser eternas. Torna-se impossível viver em constante exaltação dos sentidos, toldados por frenéticas hormonas que nos deixam febris.
Anos depois vieste tu e o mundo parou. Não sei o que aconteceu mas absorveste todo o sentido da Terra. De tal modo que, sem ainda saber muito bem o que aquilo era, perdi-me em ti, agasalhando-me nos teus afagos. Tal como alguém disse, o meu corpo tornou-se pequeno demais para tanta alma e o meu peito deixou de saber lidar com o que albergava. Porque era pequeno demais para aquilo que sentia.
Eu sou uma mulher de paixões. Não entendia nada de amor. Não sabia saborear os afectos com paciência. Com o tempo fui aprendendo a amar. O amor é como um parto. Doi a nascer. E hoje eu amo-te sem apego e longe. Hoje eu amo-te inteiro e livre. Com todos os teus defeitos, injustiças e tiranias. Amo-te, ponto.
Acontece que, quando aprendi a amar, aprendi a amar-me também a mim. E amo-te como nunca amei ninguém, mas amo-me mais a mim. Amo-te mas não és o meu ar. Amo-te mas não posso mais deixar que me magoes e faças mal.
Todos nós esperamos ser amados em igual medida e ninguém se deve contentar com menos.
E por isso, pela primeira vez na minha vida, digo algo que em tempos me disseram e que eu na altura não entendi: "Amo-te tudo, mas não te quero!". Agora entendo...".

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aprendi este ano que:
- é pior morrer por dentro do que por fora
- é mais fácil acusar o outro do que a nós mesmos
- o Ser Humano pode ser muito cruel
- o meu erro foi querer ser feliz com os outros antes de o querer ser comigo
- o caminho é para a Luz
- cada minuto de vida é-nos apenas emprestado e devemos dar-lhe o melhor de nós
- tenho o direito de dançar a vida

E por isso, é melhor começar já a dançar antes que a música se acabe!

Feliz Ano Novo a todos!

(fechada para obras)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O amor não tem tempo. Vive em nós e sem nós. Vive para além de nós, quero dizer.
Como se de uma terceira pessoa se tratasse. Existe e pronto.
E somos estupidamente ignorantes se pensamos que conseguimos poder desrespeitar a sua memória e esquecê-lo. Não existem falsificadores de memória.

O ano vai ser novo, uma nova estação. Fazem-se votos e tomam-se decisões. Alteram-se coisas.
Mas o amor permanece. Sempre. Em forma de oração.






sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal significa nascer. Nascemos todos os dias. Muitas vezes.
E é para isso que cá andamos. Para nos aperfeiçoarmos a cada nascimento.
Feliz Natal para todos!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tenho uma tia algures... às vezes longe, às vezes perto... que faria hoje anos se ainda vestisse esta roupa que é o corpo.
Hoje, sem idade, vive perto de nós afagando-nos a memória.
Era (é) hoje que tudo começava... por causa dela, a família em roda abraçando aquilo que é importante.
Parabéns tia Lídia!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Está frio na rua e nas casas. Está frio onde estás e onde não estás.
Sim, eu amo ainda essa luz molhada feita de orvalho que te traz.
Aqui estão as minhas mãos prolongando a música.
Trazendo os teus cabelos de neve.
Aqui deixo estas palavras que tentam reacender um fogo breve.
Que tragam, ainda que por segundos, a carícia do Verão que nos pertenceu.
Aqui me tens: eu.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Fotografia

Era uma fotografia a preto e branco. Eu estava de preto e tu de branco. Tal como as teclas de um piano, caminhavamos lado a lado, compondo lindas canções.
Agora, um pedaço de lua insiste em nascer no meu coração cada vez que olho a fotografia.
E é por isso que todos os dias é luar no meu peito...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Seja como for ainda ontem te peguei ao colo, há pouco mais...
Ainda ontem te sentia no ventre, aconchegado...
És agora um menino com olhos de coral
e eu, orgulhosa, com o mar nas mãos...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Era uma vez duas almas. Comentava-se no céu à boca fechada serem almas gémeas. Sábias e evoluídas, não precisavam voltar mais à Terra e viviam juntas e felizes no céu.
No entanto, certo dia uma delas dirigiu-se a Deus e pediu-Lhe:
- " Senhor, gostaria de voltar à Terra a fim de aprender algo mais sobre o perdão.".
-" Mas... - retorquiu Deus - para que queres tu sacrificar-te uma vez mais voltando à Terra, se já evoluiste o suficiente? Não vejo necessidade desse enorme sacrifício...".
-" Não creio saber tudo sobre a arte de perdoar, Senhor, deixa-me ir...".
A outra alma, sabendo ser muito forte a vontade da sua amiga e sendo enorme o amor que por ela nutria, disse:
-" Irei com ela, Senhor! E ao longo da Vida que nos atribuires, aprenderemos em conjunto tudo sobre a arte de perdoar." (...)
E é assim que quando alguém me magoa tanto que se torna difícil esquecer ou perdoar, eu penso que, quem sabe, pode ser a minha alma gémea, enviada comigo por Deus, para eu aprender.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

E foi assim que escrevi a primeira linha, com a febre das asas perdidas.
Aconteceu assim... de um dia para o outro...
E a partir desse dia o meu mundo encheu-se de cerejas.
Parecia tão verdade que entreguei meu peito à Primavera...
Agora, a meus pés, apenas a neve espuma do mar.
Mas, se te disserem que te esqueci (ainda que seja eu a dizer-te),
não acredites, amor.
Seguirei contigo dentro a cada passo,
por onde eu caminhe levarei teu olhar
e para onde tu fores levarás minha dor.
Porque ao ser mentira, sagrou-se ferida a Primavera.

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Li há pouco, num livro sobre Reiki, que nem todos os Reikianos sabem ou merecem sê-lo, uma vez que se limitam a subir nos níveis sem porem em prática no seu dia a dia os seus princípios.
Eu tento, ao menos hoje, não me irritar, não me preocupar, trabalhar honestamente, ser gentil para com todos os seres vivos e agradecer cada momento da minha vida.
Redescobri esta veia adormecida que hoje me rege, me motiva e ilumina. E aprendi a abraçá-la como se fosse impossível viver de outra maneira. Como se fossemos um só: eu e esta nova maneira de estar.

domingo, 10 de outubro de 2010

S
Sei de ti...
A tua respiração pousa-me no ombro e não olho,
não preciso...
Sei de ti nas coisas mais simples como o cheiro da terra,
ou dos pinheiros...
Escuto com atenção o silêncio,
e cresço para ti.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Voa, meu pequeno pardal...
Abre as asas ao tempo, insensato e breve, a quem deste a mão...
Voa como se fosse o mar a bater-te no peito, apressado e meigo...
E ri, de corpo nú ainda, cortando a morna brisa que te acaricia...
Como estas festas que te faço ao lamber-te as penas...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Bom é acordar com um sorriso escondido nas asas, prestes a levantar vôo...
Bom é a poesia de Deus feito carne e osso...
Bom é descobrir que o tanto pode ser mais ainda...
Deixar de ver a palidez da morte em vida
e abraçar cá dentro o seu encanto...



Bom é o espanto...
o sol no peito irradiando a rua,
o toque suave da pele nua,
ter na boca o tom pastel
e na varanda a própria lua...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Projecto CASA

(A propósito do post anterior...) : Há quem escolha enganar, ludibriar, manipular, desestabilizar, magoar, ofender, maldizer, prejudicar, blá,blá, blá...
Eu escolho AMAR! Amar, amar perdidamente, este, aquele, o outro e toda a gente!
É disso que trata este Projecto CASA.
Dezenas de famílias procuram diariamente o nosso espaço em busca de uma refeição.
São os novos pobres: famílias onde havia pão e deixou de haver. Famílias inteiras. Onde a casa já não tem luz, nem água, nem gaz, porque se deixou de pagar. Famílias despejadas de casas colocadas em hasta pública pela mesma razão. Nunca foram mendigos. Viveram bem e desafogadamente.
Realidades mesmo na porta ao lado.
É disso que se trata. Ajudar o próximo.
Precisamos mais voluntários. Todos os dias.
Precisam-se voluntários para AMAR.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ando a ler um livro fabuloso. Numa das muitas excelentes passagens descobri esta: "...Se há coisa que não tolero é a mentira, a falsidade e a hipocrisia. Os mentirosos vestem-se de coloridas roupas, como as penas de um pavão em plena corte. Ludibriam perigosamente a sua presa que, cega, se entrega e rende acreditando...".
O meu pai é o meu mestre. Dele herdei o sentido da justiça e da honestidade. Por isso quando li esta passagem me apeteceu escrever sobre ela. Porque mais perigosos que os assassinos, são os mentirosos, que nos assassinam a alma.
E no entanto, eu sigo acreditando. Acredito sempre. Continuo a ter fé no Ser Humano. Por muitos "assassinos de almas" que eu já tenha encontrado no meu caminho, continuo a acreditar.
Lembro-me de o meu pai me dizer que eu era transparente e para eu ser sempre eu. E por isso me faz tanta confusão quem o não é.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A dor é sempre uma lição.
Sopro ainda o primeiro crepúsculo, mas sei que estou viva e cresço para mim.
O cheiro tímido do amanhã entra-me já pela janela.
E sei que te levarei comigo, mas não voltarei atrás.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A última vez que falei contigo foi na terça-feira passada.
Estavas cheia de esperança e força. Disse-te que estava contente por ti.
Hoje não sei o que sinto.
Estou contente por teres parado de sofrer, mas triste por teres partido.
Porque a morte é uma dor horrível para os vivos.
E só me apetece dizer o que digo ao meu pai todos os dias: "TU NÃO ESTÁS MORTO COISA NENHUMA!"
Tentar arranjar força e sentido para tudo isto versus sentir na pele a dor intensa da perda, não é fácil.
Se por um lado, passar por todas estas perdas fez com que eu passasse a relativizar as coisas, por outro fez-me também seguramente mais fragilizada.
Passei a viver com o medo da perda. Não sei se aguentarei mais alguma.
Tento com muita força pensar que, do outro lado, outra vida recomeça.
E a ti, deixo a minha sentida homenagem, pela força, coragem e assombrosa Fé com que lutaste estes seis anos.
Venceste-o, Teresa, foste tu que o venceste.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estou farta de perder pessoas...

Primeiro foi a minha avó. No auge da minha adolescência não entendi que a sua vida se tinha cumprido e a dor fez com que passasse a andar com os bolsos cheios de Valium's para atenuar a angústia de a ver partir. Chorei muito.
Depois foi o meu primo. De um dia para o outro. Num dia estava cá e no dia seguinte já não estava. Aos 33 anos, tal como Cristo, foi crucificado, mas por um fulminante enfarte. Também não entendi a sua partida tão jovem e andei meses a ligar-lhe para o telemóvel apenas para lhe ouvir a voz no atendedor de chamadas. Chorei muito.
Mais tarde foi a minha tia. Em seis meses um cancro assassino roubou-lhe a vida que ela tanto amava. Cuidei dela como se fosse minha mãe. Todos os dias. No dia em que foi embora deu-me um beijo. Como se soubesse de antemão que já não mais me veria. Chorei muito. E às vezes ainda choro.
O ano passado foi o meu pai. O meu grande e adorado pai. Apesar de dez anos de uma doença venenosa e cruel, foi (é) muito difícil encaixar a idéia de já não o ouvir rir nem poder abraçá-lo junto a mim. Tem sido um ano complicado a tentar interiorizar que onde quer que ele esteja está seguramente melhor. Choro (ainda) muito.
E ontem foi uma amiga de sempre. Depois de seis anos de uma luta em que considero ter sido vencedora, partiu abruptamente, deixando-nos uma lição de vida e de coragem. Conheci-a há muitos anos, éramos duas adolescentes. E continuámos amigas neste caminho desde então. Acompanhámo-nos sempre. Nas fases boas e nas fases más. E apesar de saber que um dia este dia havia de chegar, e apesar de saber que a partida dela é um alívio no seu sofrimento, não tenho palavras para exprimir o vazio que sinto. Adeus, Teresa! Até um dia! Choro muito.

sábado, 7 de agosto de 2010

Com o coração em carne viva e a saudade em chama...
De coração nas mãos em frente ao mar...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Alguma vez disseram a alguém: "Não gosto de ti." ?
Não digam. Nunca digam.