quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu só gosto de flores silvestres... selvagens e coloridas.
Por isso amo os malmequeres nos teus olhos.
Sob a luz das estrelas danço livre e gosto.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ontem festejei-te, pai. Eu, neste mundo onde julgamos viver e tu, nesse mundo que desconhecemos. Mas fizemos uma festa. Os dois. Tu e eu. Assim como era quando cá estavas. Quando todos os dias eram uma festa.
Olhei-te na fotografia porque os meus olhos te precisam. E abracei-te no meu peito que te guarda.
Senti o mar a subir e as ondas a rebentarem nos meus olhos. Que a saudade às vezes doi como um barco naufragado.
Mas o que conta, pai, o que conta apesar de tudo, é que eu sei que tu sabes que estamos vivos um no outro.

domingo, 17 de abril de 2011


- " Desaparece, está bem?" - disse-lhe em tom seco e feroz. E ela não entendeu porque é que num momento passeavam de mãos dadas pelas ruas e no momento seguinte não podia mais sentir aquelas mãos como suas. Não sabia se tinha sido um sonho... ou se estava a acordar de um pesadelo... _ "Olha só para mim, apenas como quem vê. " - disse-lhe. O tapete vermelho trazia recordações de olhos fechados. Como quem acredita. Assim como os girassóis. Que mais ninguém vê e nunca mais alguém verá, mas que são lindos só por se saberem. Sem razão. Só porque sim. Como tu eras. E o que eu via em ti era a tua luz. Que mais ninguém sabe ver. Porque as pessoas são egoístas. E só vêem o que querem ver. E eu via o que tu eras. Nao o que queria ver. Como agora vejo naquilo que te transformaste. E não o que gostaria de ver. Desapareço sim. Mas não antes de te dizer das dunas e do que não pode morrer. Nâo antes de sentir o mar no meu olhar. Não antes de pensar que morrer devia ser assim... contigo na boca.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Se eu nascesse outra vez, nascia para ti...

Sem medos, ressentimentos ou inseguranças.

Perdia-me nesse teu olhar de girassóis como se fosse uma criança

acreditando ainda que o amor pode ser arte e eu artista.


Se eu nascesse outra vez pegava em cada retalho da minha vida

e pintava-os um a um com aguarelas,

lindas, lindas todas elas,

como tu e eu na primavera.